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descobriu uma utilidade, embora não fosse tão abundante como aquela de que necessita o orador ou o
filósofo. Pois nada encontrei nas Escrituras que pudesse afirmar, direta ou indiretamente, que a Adão foram
ensinados os nomes de todas as figuras, números, medidas, cores, sons, ilusões, relações, e muito menos os
nomes de palavras e de discursos, como geral, especial, afirmativo, negativo, interrogativo, optativo,
infinitivo, as quais são todas úteis, e muito menos os de entidade, intencionalidade, qüididade, e outras
insignificantes palavras das Escolas.
Mas toda esta linguagem adquirida e aumentada por Adão e sua posteridade, foi novamente perdida na
torre de Babel, quando pela mão de Deus todos os homens foram punidos, devido a sua rebelião, com o
esquecimento de sua primitiva linguagem. E sendo depois disso forçados a dispersarem-se pelas várias partes
do mundo, resultou necessariamente que a diversidade de línguas que hoje existe proveio gradualmente dessa
separação, à medida que a necessidade (a mãe de todas as invenções) os foi ensinando, e com o passar dos
tempos tornaram-se por toda a parte mais abundantes.
O uso geral da linguagem consiste em passar nosso discurso mental para um discurso verbal, ou a
cadeia de nossos pensamentos para uma cadeia de palavras. E isto com duas utilidades, uma das quais
consiste em registrar as conseqüências de nossos pensamentos, os quais, podendo escapar de nossa memória e
levar-nos deste modo a um novo trabalho, podem ser novamente recordados por aquelas palavras com que
foram marcados. De maneira que a primeira utilização dos nomes consiste em servirem de marcas, ou notas
de lembrança. Uma outra utilização consiste em significar, quando muitos usam as mesmas palavras (pela sua
conexão e ordem), uns aos outros aquilo que concebem, ou pensam de cada assunto, e também aquilo que
desejam, temem, ou aquilo por que experimentam alguma paixão. E devido a esta utilização são chamados
sinais. Os usos especiais da linguagem são os seguintes: em primeiro lugar, registrar aquilo que por cogitação
descobrimos ser a causa de qualquer coisa, presente ou passada, e aquilo que achamos que as coisas presentes
ou passadas podem produzir, ou causar, o que em suma é adquirir artes. Em segundo lugar, para mostrar aos
outros aquele conhecimento que atingimos, ou seja, aconselhar e ensinar uns aos outros. Em terceiro lugar,
para darmos a conhecer aos outros nossas vontades e objetivos, a fim de podermos obter sua ajuda. Em quarto
lugar, para agradar e para nos deliciarmos, e aos outros, jogando com as palavras, por prazer e ornamento, de
maneira inocente.
A estes usos correspondem quatro abusos. Primeiro, quando os homens registram erradamente seus
pensamentos pela inconstância da significação de suas palavras, com as quais registram por suas concepções
aquilo que nunca conceberam, e deste modo se enganam. Em segundo lugar, quando usam palavras de
maneira metafórica, ou seja, com um sentido diferente daquele que lhes foi atribuído, e deste modo enganam
os outros. Em terceiro lugar, quando por palavras declaram ser sua vontade aquilo que não é. Em quarto lugar,
quando as usam para se ofenderem uns aos outros, pois dado que a natureza armou os seres vivos, uns com
dentes, outros com chifres, e outros com mãos para atacarem o inimigo, nada mais é do que um abuso da
linguagem ofendê-lo com a língua, a menos que se trate de alguém que somos obrigados a governar, mas
então não é ofender, e sim corrigir .e punir.
A linguagem serve para a recordação das conseqüências de causas e efeitos, através da imposição de
nomes, e da conexão destes.
Alguns dos nomes são próprios, e singulares a uma só coisa, como Pedro, João, este homem, esta
árvore; e alguns são comuns a muitas coisas, como homem, cavalo, árvore, cada um dos quais, apesar de ser
um só nome, é contudo o nome de várias coisas particulares, em relação às quais em conjunto se denomina
um universal, nada havendo no mundo universal além de nomes, pois as coisas nomeadas são, cada uma
delas, individuais e singulares.
Um nome universal é atribuído a muitas coisas, devido a sua semelhança em alguma qualidade, ou
outro acidente, e, enquanto o nome próprio traz ao espírito uma coisa apenas, os universais recordam qualquer
dessas muitas coisas.
E dos nomes universais, uns são de maior e outros de menor extensão, os mais amplos compreendendo
os menos amplos, e alguns de igual extensão compreendendo-se uns aos outros reciprocamente. Como, por
exemplo, o nome corpo tem maior significação do que a palavra homem, e a compreende, e os nomes homem
e racional são de igual extensão, compreendendo-se um ao outro mutuamente. Mas aqui devemos chamar a
atenção para o fato de por um nome não se entender sempre, como na gramática, uma só palavra, mas às [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]
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